Onde estão as feministas?

Eu tenho direito à educação. Eu tenho direito de brincar. Eu tenho direito de cantar. Eu tenho direito de falar.

Malala Yousafzai

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Nos últimos dias, temos assistido chocados às cenas de desespero das mulheres no Afeganistão. Mães entregando seus filhos aos soldados ingleses e americanos por cima dos muros do aeroporto, como única forma de salvá-los do regime fundamentalista Talibã. Jovens aos prantos, implorando para serem retiradas do país, ameaçadas pelo risco de estupro e todo horror de um regime que não respeita o direito das mulheres.

Este caos foi instaurado pela repentina saída das tropas americanas, por uma decisão do presidente democrata John Biden e sua vice Kamala Harris. Ela, que se diz feminista e defensora dos direitos humanos, mas que sumiu deliberadamente nos primeiros dias por não querer assumir em público que teve voz nesta decisão.

Por que não estava atuando em prol da segurança das mulheres afegãs? E assim como ela, onde estão as feministas de plantão, onde estão as ativistas do “Não soltem a mão de ninguém”? Será que as mulheres afegãs não merecem as defesas acaloradas como o fazem nas questões de gênero e raça? Não vi, ainda, as artistas globais se manifestarem em vídeo, nem as ditas intelectuais e influenciadoras feministas escreverem a favor destas mulheres indefesas, com sério risco à sua integridade física e moral.

Será que são apenas feministas de ocasião? Parciais?

Triste constatarmos que muitas dessas campanhas que fazem são tendenciosas, voltadas aos seus interesses políticos e não ao coletivo feminino. O movimento feminista deveria ser plural, imparcial, lutando pela igualdade de direitos entre mulheres e homens, com a inclusão de TODAS as mulheres. Não privilegiando somente determinados grupos.

As afegãs estão clamando por socorro e o seu apelo é justamente sobre os direitos das mulheres que estão sendo novamente ameaçados. As feministas deveriam estar usando toda a sua força em apoio e defesa destas mulheres. E denunciando as atrocidades a que estão sujeitas. Mas estão quietas.

Talvez por ter sido Biden, o queridinho da esquerda, quem deu a ordem de evacuação, que resolveram se calar. É uma hipótese. Aqui no Brasil, assistimos a essas mesmas táticas – manifestações quando lhes convém, caso contrário, panos quentes.

Agora, imaginem se fosse o Trump que tivesse dado a ordem? Já estariam na mídia e nas ruas pedindo o seu impeachment; e as globais, com as faixas “ninguém solta a mão de ninguém”, acusando-o de genocida e machista.